Nesse texto quero contar um pouco das experiências, que eu tenho vivido após completar 60 anos. Desde 2021 estou aposentado, um privilégio em um país, como o Brasil, que tem negligenciado o direito a aposentadoria para a sua população.

E desde a minha aposentadoria como professor universitário, aconteceu uma transformação na minha vida profissional. Estou como líder de comunicação e educação da Plurie Br, uma startup de educação, no segmento de diversidade e inclusão.

Quando eu conto essa nova vivência para meus amigos mais próximos, eles geralmente acham estranho e indagam: porque você não fica quieto? Porque você não sossega? Porque buscar novos desafios? Não chegou a sua hora de descansar?

Eu entendo as perguntas, porque temos muitos vieses inconscientes relacionados com pessoas de mais de 50 anos, ou no meu caso mais de 60 anos. E muitas dessas ideias equivocadas relacionam as pessoas mais velhas a incapacidade, ao medo da inovação e a não produção intelectual e criativa.

Na Plurie Br nós acreditamos que essas questões não são verdadeiras e na nossa pregação em relação aos valores da diversidade temos realizados mentorias entre profissionais de idades bem diferentes. Temos convicção que equipes mais diversas, em todos os aspectos, inclusive na integração intergeracional  são mais existosas, produtivas e tem maiores condições de atingir seus objetivos.

No dia a dia, os meus aprendizados tem sido constantes, com a linguagem peculiar do universo das startups, com aplicativos, com ferramentas tecnológicas, que facilitam as relações de trabalho, com os desejos e dúvidas dos colaboradores mais jovens e até com o espaço, pois estamos trabalhando em um coworking.

Mas como acredito em trocas e em relações que buscam o equilíbrio, também tenho ensinado. A minha experiência traz alento, calma e novas ideias. E eu tenho a crença, aprendida com os povos originários e com a ancestralidade, que promover a escuta, o diálogo e inter-relacão entre os mais velhos e os mais novos é fundamental.