Inclusão
Acessibilidade: a estratégia que une inclusão, lucro e inovação
Entenda como o investimento em acessibilidade se converte em maior faturamento, lealdade da pessoa cliente e vantagem competitiva.

Por: Mike Faria
Neste artigo, você vai encontrar:
Como transformar a acessibilidade em estratégia de negócio com a pessoa cliente e o mercado.
Entenda os números por trás do investimento em acessibilidade, com exemplos práticos de aumento de vendas e taxas de conversão.
Como soluções criadas para necessidades específicas de acessibilidade se tornam inovações que beneficiam a todas as pessoas.
O compromisso genuíno com diversidade, equidade e inclusão (DEI) constrói confiança, promove inclusão e fortalece a marca empregadora.
Obtenha diretrizes essenciais para integrar a acessibilidade à cultura da sua organização.
No competitivo cenário empresarial, a busca por diferenciais que impulsionam o crescimento é constante. Muitas empresas focam em sua presença digital, mas esquecem que a experiência da pessoa cliente começa muito antes, no mundo físico. A verdadeira vantagem competitiva nasce de uma estratégia de acessibilidade integrada. Essa abordagem, ao conectar lojas, produtos, serviços e plataformas digitais, otimiza a experiência e, ao mesmo tempo, promove a inclusão social, um pilar da Responsabilidade Social Corporativa (RSE) defendido por organizações globais como a Rede Global de Empresas e Deficiência da OIT.
Entender a acessibilidade apenas como uma obrigação legal é perder a oportunidade de transformá-la em uma poderosa alavanca de negócio, capaz de gerar lucro, fidelizar clientes e posicionar sua empresa na vanguarda do mercado.
Qual o impacto financeiro da acessibilidade?
O argumento mais direto para investir em acessibilidade é o financeiro. No Brasil, o Censo Demográfico de 2022 (IBGE) apontou a existência de 14,4 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Se somarmos a população idosa, gestantes, pais com carrinhos de bebê e pessoas com mobilidade reduzida temporária, temos uma parcela gigantesca do mercado que decide onde comprar com base na facilidade de acesso.
A resposta para o impacto financeiro está nos resultados de quem já investiu:
No varejo físico: Grandes redes brasileiras investem na adaptação de suas lojas para garantir a acessibilidade. A Magazine Luiza, por exemplo, detalha em seus relatórios de sustentabilidade os projetos para incluir rampas e layouts que facilitem a circulação. Essa abordagem, além de acolher clientes com deficiência, se torna um diferencial para idosos(as) e famílias, resultando em um aumento no fluxo de clientes e, consequentemente, nas vendas.
No e-commerce digital: Acessibilidade em sites e aplicativos gera um retorno transparente sobre o investimento (ROI). A marca de calçados uruguaia Stadium, por exemplo, após tornar seu site acessível, observou um aumento de 220% na taxa de conversão e de 104% no ticket médio, provando que uma melhor experiência da pessoa usuária resulta diretamente em mais vendas.
Como a acessibilidade impulsiona a inovação nos negócios?
A busca por soluções acessíveis é um dos maiores catalisadores de inovação da história, criando produtos que beneficiam a todas as pessoas. Este fenômeno é conhecido como "Efeito Rampa" (Curb-Cut Effect), onde uma solução para um grupo específico se espalha e beneficia toda a sociedade.
Muitas inovações que hoje são indispensáveis nasceram de projetos de acessibilidade:
Utensílios de cozinha OXO Good Grips: A linha de produtos com cabos largos e emborrachados foi criada para a esposa do fundador, que sofria de artrite. O design ergonômico, no entanto, provou ser mais confortável para todo mundo, tornando a marca um sucesso global.
Portas automáticas: Inicialmente projetadas para facilitar o acesso de usuários(as) de cadeiras de rodas em hospitais e comércios, hoje são uma conveniência universal, especialmente para quem carrega compras ou empurra carrinhos.
Controles de voz (Siri, Alexa): Embora hoje sejam digitais, a ideia de controlar o ambiente por voz nasceu da necessidade de pessoas com mobilidade severamente reduzida interagirem com o mundo ao seu redor.
A mentalidade de resolver desafios para necessidades específicas acaba gerando inovações que melhoram a experiência de todas as pessoas usuárias. O investimento em acessibilidade se transforma em pesquisa e desenvolvimento, gerando produtos e serviços que se tornam referência no mercado.
De que forma a acessibilidade fortalece a marca e a reputação?
Uma marca é a soma de todas as suas interações com a pessoa cliente. Uma experiência frustrante em uma loja física pode anular todo o investimento feito em um site acessível. Empresas que demonstram um compromisso genuíno com diversidade e inclusão (DEI) em todos os pontos de contato são vistas como mais éticas e responsáveis:
Construção de confiança: Um ambiente físico acolhedor e seguro cria uma conexão emocional com a pessoa cliente, gerando uma lealdade que transcende o preço.
Promoção da inclusão social: Empresas como o Itaú Unibanco promovem inclusão social e econômica ao criar programas estruturados de contratação e desenvolvimento de carreira para pessoas com deficiência, fortalecendo sua cultura interna e reputação.
Reputação corporativa: Empresas reconhecidas por sua acessibilidade física e digital atraem não apenas clientes, mas também talentos, fortalecendo sua marca empregadora.
Mitigação de riscos e responsabilidade social: No Brasil, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) estabelece normas para o ambiente digital e físico. Estar em conformidade reforça o compromisso da empresa com a responsabilidade social corporativa.
Da estratégia à cultura: um guia prático para a acessibilidade
Transformar a acessibilidade em um pilar do negócio exige um compromisso que une cultura, processos e dados em todas as frentes. Confira diretrizes essenciais:
Comprometimento da liderança: A transformação começa no topo. O engajamento de líderes é essencial para garantir recursos e alinhar a acessibilidade aos objetivos estratégicos do negócio.
Design universal como princípio: Acessibilidade não é uma adaptação, mas um princípio de design. Incorpore o "Design Universal" desde a concepção de produtos, serviços e espaços físicos. Isso significa envolver pessoas arquitetas, designers de produto e desenvolvedoras em uma visão unificada, sempre coletando feedback de pessoas com deficiência.
Criação de uma cultura inclusiva: A responsabilidade deve ser compartilhada. Incentive a criação de uma rede de "Pessoas Embaixadoras da Acessibilidade", com voluntários(as) de diversas áreas (Produto, RH, TI, etc) que são capacitadas para disseminar o conhecimento e as boas práticas.
Dados e feedback: Monitore a jornada da pessoa cliente de forma abrangente. Além de analisar dados de plataformas digitais, realize auditorias de acessibilidade nos espaços físicos e colete feedback direto de clientes em suas lojas.
Acessibilidade: Pertencimento para pessoas com deficiência de diversas gerações
A acessibilidade é fundamental para criar um ambiente de pertencimento e cultura inclusiva, garantindo a equidade para pessoas com deficiência. Ao retirar barreiras físicas e digitais, ela promove a segurança psicológica, permitindo que essas pessoas participem plenamente da sociedade, do mercado de trabalho e do consumo. Isso é especialmente relevante para a diversidade etária, incluindo pessoas com deficiência 50+, que lidam com desafios adicionais. A acessibilidade proporciona autonomia e transforma-se em uma base essencial para uma sociedade e estrutura organizacional verdadeiramente inclusiva e respeitosa com todas as gerações.
Acessibilidade, quando tratada como parte da cultura inclusiva de uma organização, deixa de ser custo e se transforma em inteligência que gera valor. Mais do que cumprir exigências legais, empresas que integram acessibilidade em suas decisões colhem ganhos concretos em reputação, inovação e resultado.
Na PlurieBR, acessibilidade é parte do nosso compromisso com soluções que unem inclusão e performance. Utilizamos dados em tempo real para identificar barreiras, orientar decisões e transformar desafios em oportunidades concretas de melhoria.
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