DEIP
O que esperar das ações de Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP) no Brasil?

Por: Mike Faria
As ações de Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP) têm se tornado cada vez mais importantes no Brasil, impulsionadas pela crescente conscientização sobre a importância da equidade e da representatividade. Mas o que podemos esperar dessas iniciativas? Quais são os desafios e as perspectivas para o futuro?
Para que as iniciativas de DEIP sejam efetivas e relevantes, é fundamental que sejam embasadas em dados concretos. A coleta e análise de informações sobre a composição das equipes, a cultura organizacional e o impacto dos programas permitem identificar lacunas, medir o progresso e ajustar as estratégias para alcançar resultados significativos.
A utilização de dados não apenas fortalece a tomada de decisões, mas também promove a transparência e a responsabilidade. Ao acompanhar métricas como representatividade, equidade salarial e clima organizacional, as empresas podem demonstrar seu compromisso com DEIP e construir uma cultura de inclusão consistente que impacta todas as pessoas com as quais se relaciona.
Além disso, a análise de dados permite identificar tendências e desafios emergentes, possibilitando a criação de soluções inovadoras e a adaptação das estratégias às necessidades em constante mudança da sociedade.
Avanços: Nos últimos anos, observamos um aumento no número de empresas que investem em programas de DEIP, como a criação de comitês de diversidade, a implementação de políticas de recrutamento e seleção mais inclusivas e a promoção de treinamentos sobre diversidade e combate ao preconceito.
Desafios: Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos na promoção da diversidade e da inclusão. Dados do IBGE revelam que a desigualdade racial e de gênero persiste no mercado de trabalho, com mulheres e pessoas negras recebendo salários inferiores e ocupando menos cargos de liderança. Além disso, a discriminação e o preconceito continuam sendo uma realidade para muitas pessoas de grupos de maiorias invizibilizadas em espaços de poder.
Cenário global:
Transversalidade e Estratégia:
Empresas líderes globais engajadas buscam integrar DEIP nas estratégias de negócios, reconhecendo seu impacto nas pessoas, na inovação, desempenho e reputação.
A abordagem evolui de programas isolados para a proposta de inclusão sistêmica em todas as áreas da organização, desde recrutamento e desenvolvimento até produtos e serviços.
Avanços nos Estados Unidos:
Nos Estados Unidos, há um movimento de empresas que deixaram de lado alguns programas afirmativos e focam agora na inclusão e no pertencimento como pilares chave para solidificar culturas inclusivas.
Europa e a CSRD:
A União Europeia está impulsionando a transparência e a responsabilidade corporativa de DEIP por meio da Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD).
CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive):
É uma legislação que exige que grandes empresas divulguem informações detalhadas sobre seus impactos ambientais, sociais e de governança (ESG).
A CSRD inclui requisitos específicos sobre diversidade, equidade e inclusão e vai na linha de encaminhar as empresas para monitorar e relatar seu progresso.
O objetivo é aumentar a transparência, valorizar ações efetivas e permitir que pessoas investidoras e outras partes interessadas tomem decisões com mais informações.
Desafios: Mudanças políticas têm incentivado recuos no desenvolvimento de ações afirmativas em organizações e universidades, por exemplo, especialmente nos Estados Unidos. Essa situação impacta o acesso de perfis diversos a ambientes de trabalho e educação.
O que esperar das ações DEIP no Brasil?
Resultados a médio prazo medido por dados: As ações DEIP - investimento a médio prazo e com resultados embasados - precisam estar atreladas as métricas do negócio e medir o sucesso das ações é fundamental para avançarmos com ações mais robustas e eficazes. É importante que as empresas e os governos tenham planejamento integrado, estratégia constante e mobilização coletiva para avançar com consistência.
Mudança cultural: A promoção da diversidade e da inclusão não se limita a ações pontuais, mas requer uma mudança cultural profunda nas empresas e na sociedade. É preciso desconstruir preconceitos, estereótipos e promover o respeito e a valorização das diferenças.
Compromisso e investimento: As ações DEIP exigem compromisso e investimento contínuo por parte das empresas e dos governos. É preciso destinar recursos financeiros, humanos e tecnológicos para implementar programas eficazes e monitorar seus resultados.
Perspectivas e Tendências em DEIP para o Futuro
O cenário de Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP) está em constante evolução, impulsionado por mudanças sociais, tecnológicas e demográficas. Para as empresas que buscam se manter relevantes e competitivas, é fundamental acompanhar as tendências e adaptar suas estratégias.
Mapeamento de Dados e Revisão de Indicadores:
A análise de dados e a revisão de indicadores de DEIP são cruciais para compreender o impacto real das iniciativas nas empresas. Isso permite identificar áreas de melhoria e otimizar as estratégias para alcançar resultados mais eficazes.
A coleta de dados deve ser feita de forma ética e transparente, garantindo a privacidade das pessoas colaboradoras e a confidencialidade das informações.
Os indicadores devem ser relevantes, mensuráveis e alinhados com os objetivos de desenvolvimento de pessoas e negócio da empresa. A definição deles deve abranger aspectos como representatividade, equidade salarial, clima organizacional e satisfação das pessoas funcionárias.
Programas de Aceleração de Carreira:
Os programas de aceleração de carreira são ferramentas poderosas para promover a equidade e o desenvolvimento profissional de grupos de maiorias invizibilizadas em espaços de poder.
Esses programas devem oferecer oportunidades de mentoria, treinamento e desenvolvimento de habilidades, preparando pessoas colaboradoras para assumir posições de liderança.
É importante garantir que os programas sejam inclusivos e acessíveis a todo mundo, independentemente da origem, identidade ou deficiência.
As empresas precisam criar ambientes de trabalho que valorizem a trajetória e o conhecimento de profissionais com mais de 50 anos, oferecendo oportunidades de desenvolvimento e flexibilidade.
A combinação de diferentes gerações no ambiente de trabalho promove a troca de perspectivas e experiências, impulsionando a inovação e a criatividade.
Ênfase no Pertencimento e possível redução de Ações Afirmativas:
Uma tendência observada em outros países é o foco crescente no pertencimento, para conectar com práticas de segurança psicológica e sustentabilidade.
Esse movimento pode levar a uma possível redução das ações afirmativas, com as empresas buscando soluções mais amplas e inclusivas para promover a diversidade e a equidade.
É necessário um debate consciente sobre o tema, e entender que a ações afirmativas ainda são extremamente necessárias para grupos de maiorias invizibilizadas em espaços de poder.
Tecnologia como aliada: A tecnologia pode ser uma aliada importante na promoção da diversidade e da inclusão, como por meio do uso de ferramentas de recrutamento e seleção mais justas e da criação de plataformas online para conectar maiorias invizibilizadas em espaços de poder a oportunidades de emprego e desenvolvimento. Isso tudo com pessoas de diferentes origens e contextos envolvidas na criação e implementação.
Foco na interseccionalidade: É fundamental que as ações de DEIP considerem a interseccionalidade, ou seja, a interação entre diferentes características, como raça, gênero, orientação sexual, gerações e deficiências.
Conclusão:
A jornada de Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP) no Brasil e no Mundo, como vimos, é multifacetada, com diversos fatores que influenciam nas dinâmicas, como sociais, econômicos e políticos. Os avanços notáveis, impulsionados pela crescente conscientização dos últimos anos, contrastam com os desafios persistentes de engajamento efetivo, contexto que pede ações contínuas e estratégicas.
A análise de dados emerge como ferramenta indispensável para a tomada de decisões assertivas, permitindo que as organizações monitorem o progresso, identifiquem lacunas e ajustem suas estratégias de DEIP de forma eficaz. A transparência e a responsabilidade, impulsionadas pela coleta e análise de dados, fortalecem o compromisso corporativo com a construção de uma cultura inclusiva e equitativa.
É fundamental reconhecer que a trajetória de DEIP é contínua e exige adaptação constante, com foco nas pessoas e suas expressões interseccionais. As empresas e os governos devem ter atenção às mudanças sociais, tecnológicas e demográficas, buscando soluções inovadoras e colaborativas para promover a diversidade e a inclusão em todas as esferas da sociedade, bem como o pertencimento e as trocas em comunidade.
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